Abstract

Tomando como caso de estudo o projeto NEVE INSULAR, pretendo mostrar como as práticas relacionais de arte e design podem contribuir para a criatividade social e para a sustentabilidade no sentido em que vão ao arrepio da dicotomia entre inovação/tradição. Produto da narrativa histórica ocidental, a dicotomia tradição/inovação equaciona a modernidade ocidental como o telos universal e, concomitantemente, tudo o que resiste à sua conversão – os diferentes saberes ou culturas - como “não-moderno”, “tradicional”. Dentro desta narrativa, o “moderno” é concebido como a aceleração da mudança e o avanço no tempo através do anterior, e o “tradicional” como o estático, fixo no tempo. Neste contexto, a dicotomia tradição/inovação fomenta uma visão atomista do indivíduo, separado da natureza e do contexto cultural, contribuindo para a naturalização das diferenças sociais e para uma visão antropocêntrica do mundo, estando, assim, no cerne da exploração das pessoas e da natureza. Defendo aqui que a mudança e a inovação, não implicam a ultrapassagem do tradicional pelo moderno mas que, pelo contrário, ambos constituem um fluxo que alimenta o património cultural material e imaterial enquanto parte de um processo político de reinterpretações e de criação de significado histórico.

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